Desde tempos
imemoriais, a Serra de Sintra, exerceu um grande fascínio no imaginário humano.
A parte ocidental que visitámos, tem ainda
mais carga simbolica, talvez, por estar junto ao mar, e por ser a parte última
donde, de terra, se vê o pôr do sol e da lua.
Na caminhada de 4 de Março marcámos
presença nos dois expoentes máximos da manifestação do homem nos
primórdios da nossa época : o Lugar da Penha (Santuário da Peninha), e a Anta
ou Dolmem de Adrenunes.
Origem da denominação de “Sintra”
Sintra, cuja mais
antiga forma medieval conhecida "Suntria" apontará para o
indo-europeu “astro luminoso” ou “sol”.
Terá sido designada por Varrão (Marco Terêncio
Varrão) e Columela (Lúcio Júnio Moderato) como Monte Sagrado.
No passado romanceado e em muito ajudado pela
História, o "Promontório de Ofiússa" (Ofiússa: como os gregos antigos
designavam o território português:"Terra das Serpentes"), a
"Mons Lunae" ou "Serra da Lua" ou “Promontório da Lua”
segundo Ptolomeu.
O geógrafo árabe Al-Bacr, no século X,
caracterizou Sintra como “permanentemente mergulhada numa bruma que se não
dissipa” (*).
Luís Vaz de Camões indicou-a como “Onde a
terra se acaba e o mar começa”.
(*) para o nosso caso particular, em que nos
adensamos no nevoeiro que não nos deixou apreciar a linda paisagem, este senhor
foi o que mais perto da verdade ficou...
História sobre a edificação no Lugar da Peninha
Na base do monte da
Peninha, situa-se a Ermida de São Saturnino dos tempos medievais, erigida por
D. Pêro Pais, companheiro de armas de D. Afonso Henriques na conquista do
território português, sendo assim desse modo, uma das mais - senão a mais -
antigas ermidas de Portugal (Século XII - o início de Portugal).
No cume do monte da Peninha, a Capela de Nossa
Senhora da Penha (Santuário da Peninha), remonta ao século XIV. Existe,
também, uma referencia em que D.Manuel que terá comparticipado na sua
construção em 1511, entregou a sua utilização à Ordem de São
Jerónimo.
Em 1673, esta ermida caiu por ocasião de
um terramoto, e passados uns anos, um devoto ermitão, frei Pedro da Conceição,
empregou todos os seus haveres na construção de uma igreja, dedicada a Nossa
Senhora da Peninha.
Aqui viveu frei Pedro da Conceição numa gruta,
trinta e cinco anos. A sua sepultura, que está da parte de fora da igreja, tem
este epitáfio tão melancólico como o sítio: “Aqui jaz o Eremita de Nossa
Senhora da Peninha, o irmão Pedro da Conceição. Pede um Padre-Nosso e uma
Ave-Maria pelos benfeitores”.
Dividindo o cume do
monte da Peninha com o Santuário da Peninha, existe o Palácio da Peninha, ou o
Palacete de Carvalho Monteiro, o homem que mandou edificar a Quinta da
Regaleira, e que deu início aos trabalhos na Peninha em 1918, tendo-os deixado
praticamente no início, devido ao seu falecimento em 1920.
Anta de Adrenunes
Antas ou Dólmens são
monumentos megalíticos destinados a túmulos colectivos. Representam a primeira
manifestação religiosa do Homem.
De origens que remontam ao espaço temporal
situado entre o V e o III milénio A. C. na Europa (época Megalítica) encontram
as raízes dos seus nomes de “Dolmem” (do Bretão "dol" =
"mesa" e "men" = "pedra"), e no Latim
"Antas" significando "pilares que ladeiam portas".
Estes monumentos podem ser conhecidos também
por "arcas", "orcas", ou "palas".
Em termos de cultura popular, poderão ser
também conhecidos como "fornos de mouros", "pias", ou
"casas de mouros".
Mais do que um menir, que mais que guarda não
é de um único sepulcro, um Dólmen ou Anta funciona como sepultura colectiva, e
esta, a de Adrenunes, voltada a poente para no cessar do dia o pôr-do-sol
iluminar o sepulcro de todos que nele residem, é um monumento híbrido, que
conjuga elementos naturais da Serra granítica com alguns elementos
arquitectónicos.
Parabéns! Gostei muito da lição de história sobre o Lugar da Penha (Santuário da Peninha), e a Anta ou Dolmem de Adrenunes. Muito esclarecedor.
ResponderEliminarDesta vez não pude estar presente, mas pela amostra perdi um excelente passeio.
Parabéns ao João e à Esmeralda pela organização e faço votos que não se esqueçam de o repetir :)
Abraços.